A Livraria Mágica de Paris - Nina George

O livreiro parisiense Jean Perdu sabe exatamente que livro cada cliente deve ler para amenizar os sofrimentos da alma. Em seu barco-livraria, ele vende romances como se fossem remédios. Infelizmente, o único sofrimento que não consegue curar é o seu: a desilusão amorosa que o atormenta há 21 anos, desde que a bela Manon partiu enquanto ele dormia. Tudo o que ela deixou foi uma carta — que Perdu não teve coragem de ler. Até um determinado verão — o verão que muda tudo e que leva Monsieur Perdu a abandonar a casa na estreita rue Montagnard e a embarcar numa jornada que o levará ao coração da Provence e de volta ao mundo dos vivos.

Esse livro me enganou. Logo nos primeiros parágrafos eu já pensava que esse seria o livro da minha vida, daquele tipo de livro sensível, com linguagem poética que eu vivo procurando. Eu adorava cada palavra e queria citar cada frase. Era uma mistura de Amelie Poulain com Amor em Minúscula. Era um deleite literário. Mas infelizmente, não durou muito. 

Sem muita indicação de que isso aconteceria, a linguagem poética tomou um rumo sexual que não era nada do que eu esperava. Não que isso seja necessariamente ruim em um livro, mas foi num momento muito inesperado, e parece que realmente não coube naquele contexto. Tentei passar por cima disso, mas me deixou incomodada. Parece que o clima se perdeu ali.

Depois o livro segue  e a gente "meio que acostuma" com esse ritmo, ao mesmo tempo que ele meio que fica mais leve e consegue ser realmente poeticamente sensual - o que talvez fosse a intenção desde o início - Então a história segue com personagens improváveis, acontecimentos improváveis, amizades improváveis e um rumo que não tem como dar em nada demais, para terminar bem depois do que deveria com perguntas que não foram bem respondidas. 

É uma pena pois a ideia era maravilhosa e, no começo, parecia que seria uma história deslumbrante. Mas logo se perdeu e deixou muito a desejar. A vontade que dá é de fazer a autora reescrever se apegando mais a proposta original da farmácia literária, que seria fantástica se tivesse sido mais usada, mas que quase não apareceu e por um tempo ficou até esquecida na trama toda. Ao invés disso, algumas indicações de livros foram receitadas ao final - e que não foram usadas no livro - além de algumas receitas de pratos que apareceram no livro. (Oi?)

Dizer que não gostei dessa história é impossível, afinal ela terminou de uma forma que deixa uma sensação gostosa de calmaria e coração tranquilo; mas não posso deixar de pensar que foi sim, mal organizada e poderia ter sido infinitamente melhor. 

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